RESUMO O presente artigo tem como propósito trazer uma reflexão a respeito de como tem sido a abordagem da sexualidade no Ensino de Ciências, já que é um tema transversal que ultrapassa a mera abordagem de um viés biológico. O estudo baseia-se nos direcionamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) voltados para o ensino fundamental, em que se destacavam a importância das discussões de sexualidade priorizando o respeito ao próximo. Apesar dos PCNs indicarem a sexualidade como tema transversal para a Educação Básica, a atualização de um documento normativo obrigatório para todos os níveis da Educação Básica, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) remonta retrocessos sobre a discussão da sexualidade no âmbito da educação. Utilizou-se como procedimento metodológico um estudo qualitativo com pesquisa bibliográfica, análise documental baseado em referenciais teóricos elaborados por autores como Judith Butler com problemas de gênero, Slavoj Zizek com violência, Paulo Freire com educação como prática da liberdade e Sandra Harding com ciência y feminismo. Entende-se a urgência de se refletir e buscar alternativas para ressignificar as aprendizagens ditas como essenciais pela BNCC, tornando-se possível ultrapassar pensamentos conservadores e hegemônicos que excluem e marginalizam sujeitos. Este estudo propiciará a reflexão de que a educação precisa assumir um caráter crítico e emancipatório, devendo ser uma prática que liberta. E que a abordagem sobre a sexualidade demanda uma complexidade do conhecimento, com um viés humanizado, que pode potencializar o Ensino de Ciências, contribuindo para construção das subjetividades e identidades dos alunos.