SCHIAVON, Amanda De Almeida et al.. Sexo, g?nero e intersexualidade. E-book SENACORPUS / Edição 2018... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <http://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/39526>. Acesso em: 05/12/2024 19:41
Introdu??o: O presente estudo apresenta resultados parciais de uma pesquisa que tem por objetivo refletir, por meio de pressupostos te?ricos, sobre as rela??es e diferen?as entre sexo, g?nero e os corpos intersexuados. O sujeito intersex apresenta um corpo que n?o se enquadra nas conhecidas defini??es de um corpo propriamente masculino ou feminino. O termo abrange variadas condi??es nas quais as pessoas nascem com caracter?sticas de ambos os sexos, seja relacionadas ? anatomia sexual e/ou aos ?rg?os reprodutivos e genitais. O sexo define, no nascimento, se a pessoa ? homem ou mulher de acordo com as caracter?sticas f?sicas, anat?micas e fisiol?gicas. J? o g?nero, feminino ou masculino, ? percebido como uma transforma??o psicol?gica do eu constru?da cultural e socialmente e que molda o comportamento. G?nero ? o papel atribu?do a cada sexo, um conjunto de atos que se repetem e definem a presen?a de masculinidade ou feminilidade. M?todo: Inicialmente foi realizada uma revis?o bibliogr?fica a respeito do tema, utilizando como palavras-chave sexo e/ou g?nero e/ou intersexualidade. De acordo com os resultados, foi tra?ada uma reflex?o comparativa entre os termos, abordando a possibilidade do corpo intersex de romper com os padr?es culturais bin?rios. Resultados e discuss?o: Ao abordar a intersexualidade, nota-se a confus?o ainda existente entre sexo e g?nero e o quanto estes conceitos se inter-relacionam com o termo intersex. A divis?o entre sexo para falar do biol?gico e g?nero referindo-se ? constru??o social vem sendo criticada pelo binarismo entre natureza e cultura. Se o g?nero ? uma constru??o cultural assumida pelo corpo sexuado, logo o sexo pode ser tamb?m determinado socialmente. Talvez o sexo seja t?o culturalmente concebido quanto o g?nero, talvez nem mesmo exista uma distin??o entre sexo e g?nero. Assim, s?o colocados em quest?o os binarismos culturais e a poss?vel constru??o social e cultural do sexo, afinal s?o as cren?as sociais no g?nero que definem o sexo. Existe um questionamento que diz respeito ?s possibilidades de romper com o bin?rio oposicional estabelecido entre homem e mulher e a intersexualidade parece possuir um grande potencial para auxiliar neste rompimento ou, ao menos, para colocar em quest?o esta binaridade. Os corpos intersex, que v?o al?m do bin?rio, por muitos anos v?m sendo transformados para que mantenham e sigam as rela??es de coer?ncia e continuidade de um sexo e de um g?nero impostos socialmente. S?o realizados procedimentos cir?rgicos adequando e padronizando aquele corpo que ir? se tornar sexuado. Com base nisso, cabe questionar: n?o seria esta uma constru??o social e cultural do sexo? Considera??es finais: Os corpos intersex s?o estigmatizados como corpos imposs?veis por n?o se enquadrarem na binaridade que a sociedade imp?e. Por este motivo, os intersex v?m sendo, por anos, transformados e mutilados, muitas vezes enquanto crian?as, quando nem sequer t?m voz e vez para decidir e reivindicar sobre seus corpos. Percebe-se que a defini??o de sexo, nestes casos, ? realizada apenas para satisfazer as ang?stias de uma sociedade que foi educada para padronizar e, portanto, n?o consegue lidar com as diversidades daquilo que foge do bin?rio homem/ mulher, masculino/feminino.