Resumo. A relação do professor com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação é muito discutida, como se tratasse de dois personagens em constante disputa no meio educacional. O primeiro resiste ao segundo, enquanto este se evolui tão depressa que mal o professor assimila uma novidade, já tem que entender novas mudanças. Parece se tratar de uma corrida em as inovações estão sempre bem à frente do professor que, por sua vez, está sempre correndo o risco de apresentar aos seus alunos, novidades tecnológicas que para o aluno já é ultrapassado. São rápidas as transformações que se apresentam através da introdução das novas tecnologias de informação e comunicação na sociedade, e quando o homem conhece a comunicação via e-mail, logo é ultrapassada pelo MSN, que por sua vez é ultrapassado pelo Facebook que já não é novidade diante do Istagram e o whatsaap. Assimilar tanta informação e gerenciá-las não é tarefa fácil, e quem pode auxiliar os alunos, que ainda não tem maturidade nessa nova realidade, senão a escola por meio do professor. Segundo Kenski (2003, p.24) "As novas tecnologias de informação e comunicação, caracterizadas como midiáticas, são, portanto, mais do que um simples suporte. Elas interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, de relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimentos. Criam uma nova cultura e um novo modelo de sociedade. (KENSKI, 2003, p.24). Diante dessa nova cultura disseminada pelas redes sociais, a educação tem desafios que são apresentados por meio das propostas curriculares na BNCC, que entre as competências gerais da Educação Básica espera-se que os alunos tenha condições de "Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, re?exiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva." (BRASIL, 2017, p. 08). Como fundamentação teórica utilizamos Kenski (1998), (2003), Buckingham (2010), Brasil (2015), (2017). A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa e elaboração do artigo foi a pesquisa documental e a análise de conteúdo realizada na Resolução nº 2 de 1º de Julho de 2015 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada e no documento intitulado Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aprovado pelo Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação e Conselho Pleno por meio da Resolução CNE/CP Nº 2, de 22 de dezembro de 2017 que "Institui e orienta a implantação da BNCC, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica". A pesquisa documental é defina por Triviños, (1987) como a: [...] um tipo de estudo descritivo que fornece ao investigador a possiblidade de reunir uma grande quantidade de informação sobre leis estaduais de educação, processos e condições escolares, planos de estudos, requisitos de ingresso, livros-texto, etc. (TRIVIÑOS, 1987, p. 111). Já a análise de conteúdo é o tratamento dado as informações coletadas nos documentos analisados, ou seja, "uma fase preliminar da constituição de um serviço de documentação." (BARDIN, 2011, p. 51). Organizamos o trabalho em três eixos de discussões. Com o objetivo de discutir o espaço das tecnologias digitais na docência bem como os desafios para a formação e atuação dos professores dos anos iniciais no contexto da BNCC, organizamos nosso trabalho da segunte forma: No primeiro tópico tratamos das especificidades das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) na sociedade contemporânea enfatizando como elas influencia as relações sociais, acadêmicas e no trabalho. Neste tópico abordamos o espaço que as TDICs têm no mundo das crianças e dos jovens, que por sua vez também são alunos em uma escola que não pode dá as costas para essas formas de comunicação e acesso à informação. Pontuamos que os alunos que estão na escola hoje serão os futuros pesquisadores, cientistas em mundo ainda mais avançado no que diz respeitos ao uso das Tecnologias e que a educação que eles têm hoje será fundamental para a sua formação, desenvolvimento acadêmico e inserção no mercado de trabalho. No segundo tópico analisamos as propostas para a formação docente na ótica das TDICs apresentadas na Resolução nº 2 de 1º de Julho de 2015 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. No Art. 5º da referida lei, o aluno do curso de formação de professor deve ser conduzido "à realidade dos ambientes das instituições educativas da educação básica" de modo a ser capaz de fazer "uso competente das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para o aprimoramento da prática pedagógica e a ampliação da formação cultural dos (das) professores (as) e estudantes. " (inciso VI). No terceiro tópico do trabalho, analisamos a Base Nacional Comum Curricular com o objetivo de apresentar as propostas curriculares contidas no documento que requer do professor profunda intimidade com as Tecnologias Digitais e por isso se apresentam com desafios para a formação e atuação docente. A responsabilidade no educador nesse meio é maior do que se imagina, pois não se trata apenas de um conhecimento adquirido para que o educador possa usar na sala as tecnologias como metodologias pedagógicas. É também uma nova realidade que se apresenta diante da sociedade, novas formas de interação, e o aluno não tarda em adotar novas formas de comunicação nesse cenário inovador. Este discente precisa desenvolver várias habilidades, entre elas; selecionar informações adquiridas em rede, se proteger contra sites e pessoas mal-intencionadas, entender o impacto das informações em sua vida acadêmica, aproveitando conscientemente os conteúdos para o seu aprendizado, e se posicionar criticamente nesse ambiente.