Busca-se, neste texto, analisar os processos de aprendizagens na visão do Povo Nambikwara Katitaurlu na luta pela escola indígena em seu território, através da implementação de três salas de aulas anexas na Terra Indígena Sararé, aldeia Central. Lançam-se aqui, reflexões sobre o papel da escola na comunidade indígena. Indaga-se qual a importância da Educação Escolar Indígena para essa comunidade em seu território e qual a sua importância na ressignificação das suas vivências na construção de um processo emancipatório. O percurso metodológico se sustenta na abordagem qualitativa, tendo como ferramentas a análise documental, entrevista semiestruturada e a roda de conversa com a comunidade indígena pesquisada. Os resultados indicam que a atividade educacional em território indígena cria as condições para um caminho de resgate da ressignificação da vida em um universo de pessoas excluídas não só do processo educacional, mas também da cidadania. À medida que os alunos indígenas reconhecem suas realizações, pela interação do conhecimento nativo e o sistematizado, vão compreendendo a estreita relação desses conhecimentos com sua vida cotidiana, o que desperta um sentimento de pertença, de autoestima positiva, capaz de descortinar horizontes, possibilidades e ações concretas de enfrentamento das injustiças sociais. Cabe ressaltar que o processo de ensino e aprendizagem assume uma característica que ultrapassa a mera aquisição formal do letramento, pois tem sentido e significado.