PEREIRA, Otávio Monteiro et al.. Educação e prostituição: caminhos opostos?. Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/101339>. Acesso em: 22/11/2024 09:33
É inquestionável o número significativo de pessoas que abraçam o exercício da prostituição como fonte de renda. Dentre elas, destaca-se um público jovem de homens e mulheres na faixa etária entre 20 e 40 anos idade, o que se pode comprovar através de consultas a sites e aplicativos de relacionamento. No tocante à prostituição masculina, vários são os estudos que procuram compreender as vivências do michê que decide praticar o sexo remunerado, a fim de sobreviver e/ou complementar sua renda. Por prostituição entendemos o exercício consciente da negociação/troca do corpo por dinheiro ou por outra compensação financeira e/ou material, com a possibilidade de infinitos/as parceiros/as e de várias experiências sexuais. Atualmente, o mercado do sexo oferece aos seus clientes uma maior liberdade de práticas homoeróticas masculinas e a oportunidade de experiências e trocas sexuais entre homens. Nesse cenário, a prostituição está relacionada ao trabalho, à economia e às relações de gênero, envolvendo uma relação triangular entre alguém que vende os serviços sexuais (o/a prostituto/a), alguém que compra tais serviços (o/a cliente) e o objeto negociável (o sexo). Nessa direção, o presente trabalho tem por objetivo refletir sobre as dificuldades enfrentadas pelos profissionais do sexo que os impedem de ingressar e/ou permanecer no ensino superior, tomando como base os pressupostos teóricos de Foucault (1987), Perlongher (1987), Rostagnol (2000), Vicentini (2008), entre outros. Para tal, aplicamos uma entrevista semiestruturada a dois michês brasileiros residentes na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. As respostas dadas pelos rapazes entrevistados sinalizam para o fato de que o desemprego e a necessidade de viajar para outros estados brasileiros em busca de novos clientes são os principais fatores que impossibilitam o acesso e a permanência desses garotos à/na educação superior.