Historicamente, as comunidades negras têm sido marginalizadas e excluídas dos espaços acadêmicos e científicos resultando em uma representação desproporcional e escassa de pesquisadores negros no campo das ciências. Como forma de promover a conscientização dos alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II de uma escola-campo, os bolsistas do subprojeto Biologia/Química/Ciências do PIBID de uma instituição pública do Sul de Minas Gerais planejaram uma intervenção pedagógica relacionada ao combate à discriminação racial e necessidade da representatividade negra nas ciências. Considerando a importância destas temáticas e o interesse em contextualizá-las, a intervenção pedagógica foi fundamentada sob a perspectiva da abordagem Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA). Para tanto, a atividade consistiu em representar por meio de um desenho a imagem do(a) cientista responsável pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus. A figura do cientista foi representada por um homem, branco, de 31 a 40 anos, cabelos pretos e lisos, olhos castanhos e utilizando óculos e jaleco. Tal representação não corresponde, em grande parte, à imagem da pesquisadora Jaqueline Goes de Jesus, mulher negra que coordenou a equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus. Os resultados obtidos reforçaram o preconceito existente na sociedade e no meio científico diante da escassez de representatividade negra na ciência. Assim, a partir da aplicação da intervenção pedagógica foi possível refletir que toda iniciativa para ampliar a representatividade negra nas ciências é válida, além de defender a necessidade de se combater a discriminação racial em todos os setores da sociedade.