A docência é um exercício artesanal que mobiliza diferentes saberes e práticas, sejam eles do campo pedagógico ou de áreas específicas do conhecimento. Assim como indicam Karen Christhine Rechia e Caroline Jaques Cubas (2019), estudar o ofício de professor torna-se elemento constitutivo e balizador, devendo ser inerente à sua própria existência. Para além dos conteúdos específicos e das metodologias utilizadas pelo professor, existe algo genuinamente singular sobre a docência e que diz respeito aos gestos, às maneiras e aos modos de se fazê-la. Não interessa, portanto, falar em competências docentes, mas na experimentação da docência que, através de observações, práticas e pensamentos, coloca a escola, a sala de aula e o professor como matéria de estudos (RECHIA; CUBAS, 2019). Dessa forma, a presente escrita dedica-se a fazer um relato de experiência e um exercício de reflexão sobre a docência escolar, reconhecendo a existência de saberes e fazeres formados ao longo do percurso, manifestados por práticas, inspirações, lembranças, leituras e experiências “que antecedem e transcendem a escolha de métodos supostamente redentores” (RECHIA; CUBAS, 2019, p. 111). Dentre esses gestos possíveis, faz-se alusão ao estudo como atitude pedagógica, como um modo de vida e como um elemento constitutivo do ofício de professor.