A pandemia de Covid-19 afetou a vivência da pessoa idosa, classificada como grupo de risco, de forma que mesmo após os picos de infecção estas seguem lidando com as consequências que permaneceram deste período, como o luto por entes queridos. Dentro desse cenário de isolamento social onde experienciaram diversas perdas, essas pessoas foram impedidas de participar de momentos dedicados à despedida de entes que faleceram devido a Covid-19. Este trabalho visa analisar os processos de luto vivenciados por pessoas idosas que enfrentaram perdas durante a pandemia de Covid-19. Este trabalho apresentará resultados parciais de uma pesquisa exploratória de cunho qualitativo que se encontra em andamento. Para a produção dos dados foram aplicados um questionário demográfico e uma entrevista semiestruturada. O critério de inclusão proposto considerou pessoas idosas com idade igual ou superior a 60 anos, independentemente do sexo, e que façam parte da Universidade Aberta a Maturidade (UAMA) ou de grupos de convivência para idosos. Foram excluídas as pessoas que relataram não sofrer perdas durante o período da pandemia de Covid-19. Para análise dos dados foi aplicado o método de Análise de Conteúdo Temática proposto por Bardin. A análise foi realizada a partir dos relatos de 10 (dez) entrevistados. A partir disso, pode-se observar que vivenciar o período pandêmico enquanto pessoa idosa afetou esses indivíduos, principalmente seus processos de luto, visto que lidaram com as diversas perdas ocasionadas pelo isolamento social. Nesse contexto, enfrentaram perdas de entes queridos sem a possibilidade de realizar e/ou participar de rituais fúnebres, como velórios e enterros, tirando dessas pessoas um importante espaço de despedida e de troca de afeto. Tais impedimentos geraram dificuldades para simbolizar os efeitos trazidos pelas perdas relatadas e, consequentemente, o processo de elaboração do luto tornou-se mais difícil. Compreende-se que a pandemia gerou repercussões nos processos de luto dessas pessoas.