O câncer de próstata é o segundo tipo de neoplasia mais prevalente em homens e a prostatectomia radical (PR) considerada como tratamento “padrão ouro” para este tipo de câncer. Geralmente, esse tipo de cirurgia traz consequências biopsicossociais e emocionais, pois pode ocasionar incontinência urinária e disfunções sexuais, que, por sua vez, vão trazer consequências no modelo de masculinidade hegemônica e repercussões na sexualidade. O objetivo geral do estudo foi compreender as repercussões da PR associadas à sexualidade. Especificamente almejou-se: conhecer as concepções acerca da sexualidade; identificar possíveis perdas da “pseudo” hegemonia do gênero; e descrever suas repercussões na vida sexual. A abordagem teórica foi a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano e a amostra foi de conveniência, composta por 10 homens, submetidos à prostatectomia radical. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: um questionário biosociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. As respostas da entrevista foram categorizadas e analisadas com base na Análise de Conteúdo Temática. Os resultados apontaram que a vivência do diagnóstico e a PR, para os participantes, foi uma experiência devastadora que trouxe sentimentos de medo, tristeza e ansiedade em relação a sequelas como incontinência urinária e disfunção erétil e grande impacto na concepção do que é “ser macho” no imaginário masculino. Aqueles, cujo relacionamento antes da PR era de companheirismo, afeto e diálogo enfrentaram os problemas de maneira mais assertiva, mesmo tendo havido alteração na dinâmica do casal. Quanto ao impacto na sexualidade, quase todos os homens referiram mudanças na vida sexual. Em vista disso, a maioria referiu, que a existência de apoio, afeto, amizade e confiança fizeram com que o relacionamento ficasse mais fortalecido.