Trata-se de um estudo bibliográfico, documental, com dados secundários sobre o trabalhador e trabalhadora idosa brasileiro.De acordo com o embasamento teórico e os dados oficiais disponibilizados neste estudo, a expectativa de vida da população brasileira tem aumentado com o desenvolvimento científico, tecnológico, social e econômico, sobretudo nas últimas décadas. Nesse contexto, é perceptível, por meio de apontamentos e estudos (CAMARANO; PASINATO, 2004; CEPAL, 2017), a predominância das mulheres idosas chefes de família no núcleo familiar, algo que gira “[...] em torno de 50% em países como Brasil, Uruguai e Venezuela. Algumas características dessas mulheres idosas chefes de família são designadas pelo critério de reconhecimento, autoridade e econômico”. A situação das mulheres trabalhadoras idosas brasileiras pode ser considerada similar a alguns países da América Latina e no Caribe, e a esperança de vida ao nascer dos homens é menor que a das mulheres (CEPAL, 2017).Hoje, em pleno século XXI, ainda são delegadas para a mulher idosa várias tarefas cotidianas, como o cuidado das crianças, de outras pessoas idosas da família e de descendentes. Ainda se espera da mulher idosa “o cuidado” com quem dela precise (VITALE, 2010). Vale ressaltar que esses “cuidados” são atribuídos ou impostos a elas em qualquer etapa da vida.Na sociedade capitalista contemporânea, o trabalho feminino é desvalorizado, principalmente nas atividades domésticas. Os cuidados com netos, netas, filhos, filhas, parentes idosos, enfim, são improdutivos ao capital, não geram valor ou riqueza. Não há valor social, econômico para as atividades dentro do lar. Há, ainda, que se pensar na apropriação e expropriação de “mulher para mulher”, sobretudo quando as próprias mulheres delegam os afazeres domésticos a outras mulheres, a filha não pode, a mãe assume, ou a avó, a tia, ou contrata uma mulher para fazer esse trabalho. Isso é algo que precisa ser desnaturalizado em nossa sociedade.