A produção textual é uma habilidade fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois permite que os estudantes articulem suas ideias de maneira coerente em diferentes contextos comunicativos. Paralelo a esta compreensão, está o fato de o ensino da escrita constituir-se, ao mesmo tempo, como uma atividade desafiadora e um campo de investigação promissor. Neste cenário, o livro didático (LD) figura como um dos principais recursos que os professores dispõem como auxílio pedagógico, o que justifica sua extensiva utilização em sala de aula. Neste contexto, partindo de uma experiência de trabalho com o LD, enquanto suporte para o ensino de escrita, proporcionada no âmbito da Residência Pedagógica de Língua Portuguesa – UEPB – Campus I, propor-nos-emos, nesta pesquisa, a analisar a abordagem de produção textual, na coleção “Se liga na língua: Leitura, produção de texto e linguagem”, 9º ano, da Editora Moderna, à luz dos princípios teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD). Especificamente, iremos observar a concepção de escrita que subjaz ao trabalho com a produção textual e investigar se/como as capacidades de linguagem são contempladas nessas atividades. Para tanto, elegemos como procedimento metodológico a pesquisa qualitativa de natureza interpretativista e de base documental. Utilizaremos como sustentação teórica as contribuições de Bronckart (2009), Schneuwly & Dolz (2004), entre outros. Notadamente, a edição examinada concebe a produção textual como uma atividade processual, ao estruturar atividades tanto que antecedem o momento da escrita, como também que possibilitam, mesmo que de modo simplório, os momentos de revisão e reescrita. O diálogo gerado indicou que uso adequado do LD, associado a teorias que monitoram a produção textual, é um suporte importante para o professor, que, se empregado junto com outras estratégias pedagógicas, pode para enriquecer a experiência leitora e fomentar a reflexão crítica sobre as produções textuais.