O objetivo do presente trabalho é compreender a função social das praças na conformação da vida pública em municípios do interior paulista a partir da análise exploratória-descritiva de duas praças. Apesar das diferentes origens, configurações e históricos, é comum às praças o fato de desempenharem uma função social através de sua materialidade. A sociabilidade nesses locais se atrela invariavelmente ao projeto paisagístico, que possibilita encontros e paradas, e molda, em diferentes intensidades, a experiência de vida dos frequentadores, tornando a praça por meio da dimensão física, um espaço de experiência, afeto e memória. Destaca-se a aplicabilidade da noção de remetimento à paisagem das praças, onde mesmo simples elementos desempenham um papel no imaginário de quem frequenta estes espaços. Conclui-se que a existência de uma função social da paisagem está atrelada ao desenvolvimento de uma 'noção de vida pública', relacionada aos remetimentos despertados por seus elementos. Enfatiza-se a importância de compreender as praças não só como ornamentos, mas como espaços fundamentais para a vida urbana, dependentes de projetos paisagísticos que promovam a civilidade e a criação de laços afetivos. A busca da pesquisa não é generalizar resultados, mas iniciar uma discussão sobre a função social da paisagem mediante o objeto escolhido.