As hortas escolares apresentam-se como um importante dispositivo pedagógico para trabalhar princípios básicos da conservação do solo, como os ciclos da matéria e da água e a importância da cobertura vegetal no combate à erosão, além da relação entre a preservação do solo e a produção de alimentos. São também uma importante ferramenta de educação ambiental, permitindo a conscientização acerca do meio ambiente e dos aspectos sociais, econômicos, ecológicos, culturais e científicos. O presente trabalho descreve os resultados obtidos a partir do projeto de extensão “Aulas a céu aberto: alimentação saudável, sustentabilidade e preservação do solo na horta escolar”, que teve como objetivo sensibilizar as crianças para a importância do solo na produção de alimentos, conscientizando-as acerca da importância da preservação desse recurso. As atividades aqui descritas foram realizadas em uma instituição de ensino técnico e tecnológico, ao sábado pela manhã. Foram desenvolvidas cinco atividades didáticas com uma turma de 15 crianças, acompanhadas dos responsáveis. Essas atividades incluíram (i) a observação da biota edáfica a partir no húmus, (ii) a observação de um experimento de erosão, (iii) a aferição da temperatura do solo com e sem cobertura vegetal, (iv) a aferição do pH do solo e (v) a coleta de alimentos na horta e preparo de lanches saudáveis. Os resultados são elencados em dois grupos. Com relação às crianças, demonstraram prazer na realização da atividade, especialmente na observação da vida no húmus. Quanto aos pais, ficaram encantados com a observação da vida presente no húmus, que não é visível a olhos nus. Além disso, sentiram-se satisfeitos de terem oportunidades de realizar com seus filhos atividades educativas em família. Esses resultados evidenciam a necessidade de espaços não formais para o letramento científico e a educação ambiental de crianças que possam ser compartilhados com os pais durante os fins de semana.