A presente pesquisa tem como objetivo apresentar uma proposta para trabalhar com o texto oral em sala de aula a partir do estudo do gênero Trap brasileiro, nas turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sabe-se que o texto oral mostra-se coadjuvante em relação ao texto escrito, sobretudo no ensino médio e na EJA em função da premência dos textos acadêmicos tradicionais e dos exames para ingresso no ensino superior, como por exemplo, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim, a proposta nasceu a partir da urgência em trabalhar com a oralidade e seus usos em diversos contextos históricos e sociais fundamentando-se no arcabouço teórico da Linguística Aplicada Crítica (LAC). Dessa forma, estética, rima e sonoridade de uma cultura marginalizada encontra terreno fértil para a formação crítica dos educandos na educação básica. Outrossim, pensa-se ser salutar discorrer sobre esse artefato cultural contemporâneo ao descortinar e desnudar as narrativas, os posicionamentos críticos sociais, os discursos e os desdobramentos plurais empreendidos na construção do texto no gênero Trap. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica. Utilizou-se como aporte teórico o conceito de gêneros do discurso segundo Bakhtin (2006), a importância Linguística Crítica Aplicada no ensino de Língua Portuguesa nas palavras de Costa e Silva (2022), as reflexões sobre a contextualização histórica para a constituição do Trap no cenário brasileiro discorrido por Moares (2022) e a relevância dos estudos sobre cultura e identidade apresentadas por Stuart Hall (2006). Como principais resultados, buscou-se ampliar o repertório e o contato dos educandos das turmas da EJA com o texto oral dialogando com a Linguística Crítica Aplicada em sua produção social empreendidas no estudo do gênero Trap.