RESUMO Este trabalho busca analisar as possibilidades e desafios de se empreender um processo de alfabetização baseado em princípios freireanos frente às determinações e cobranças da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), através de suas formações continuadas focadas em avaliações de larga escala. Para tanto, foi realizado, durante o ano letivo de 2023, uma pesquisa-ação, em uma turma de segundo ano de uma escola situada na zona rural do município de São José da Tapera, AL. Ao longo do relato de experiências, demonstra-se que a prática do professor fica condicionada a atender as orientações das formações continuadas oferecidas durante o período letivo, que se direcionam, preponderantemente ao alcance de resultados em avaliações de caráter, nacional, estadual e municipal. Neste processo, a qualidade e os objetivos do processo de alfabetização são orientados a serem colocados em segundo plano, substitutos por métodos direcionados ao treinamentos realizados por via de simulados para a realização das referidas avaliações. Em contrapartida aos objetivos e métodos estabelecidos pelas formações acima descritas, a pesquisa-ação trabalhou experiências direcionadas à problematização do meio natural e social ocupados pelos alunos, buscando, através de uma postura interdisciplinar, proporcionar-lhe uma alfabetização significativa. Ao final do ano letivo, os resultados apontaram que mais de noventa por cento dos alunos submetidos às atividades pedagógicas direcionadas pelo professor e pela auxiliar da turma conseguiram se alfabetizar. Ainda assim, o referido resultado não se mostrou atrativo às aspirações da SEMED. Assim, conclui-se que práticas de alfabetização libertadora comprovam-se eficientes tanto no que diz respeito aos aspectos qualitativos como quantitativos, e que devem ser utilizadas ainda que em contrapartida as orientações dos órgãos reguladores locais.