O espaço de acolhimento institucional é cercado de vivências infantis em múltiplos contextos e realidades distintas, marcadas por violências, abandono e descaso pelos cuidadores primários das crianças, seus familiares. Em uma casa de acolhimento, as crianças se deparam com novas rotinas, pessoas e convívios que sequer imaginaram vivenciar, pois tiveram seus direitos de viver em família interrompidos, motivado por medidas de proteção. As práticas pedagógicas do espaço de acolhimento institucional se fazem necessárias para o estreitamento dos vínculos socioafetivos com as crianças e adolescentes e para a valorização das suas subjetividades, emoções e ressignificação da violência. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo explicitar as práticas pedagógicas desenvolvidas em uma instituição de acolhimento no período de férias escolares, pautadas na socioafetividade e em experiências educacionais transdisciplinares que perpassam o enfrentamento às violências enfrentadas pelas crianças e adolescentes. A coleta de dados foi realizada em caderno de campo que serviu de registro para relatório de estágio, do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas, escrito por intermédio de coleta de dados em observação participante, a partir da interação com a realidade, humanizando desta maneira os sujeitos, não os tratando apenas como número ou dados, mas tendo enfoque nas suas subjetividades. Os resultados mostram que as crianças se envolvem afetivamente com os estudantes participantes das ações, além de esperarem ansiosas pelas próximas atividades pedagógicas programadas, haja vista que a sala não era utilizada pela ausência do/a pedagogo/a no espaço. Além do mais, a gestão do lugar se mostrou grata pelo cumprimento das horas obrigatórias no espaço, pois as crianças e adolescentes do Abrigo estavam sem atividades no turno da tarde, em virtude das férias escolares, o que revela desafios na execução das garantias dos direitos educacionais dos acolhidos e acolhidas.