A discussão de uma educação para todos, tem sido pauta recorrente desde 1980, quando a Organização das Nações Unidas – ONU – assumiu um papel de valoração e defesa dos direitos humanos fundamentais, bem como o combate a toda forma de exclusão desigualdades, preconceitos e silenciamentos de diferentes grupos, tanto nas relações sociais quanto em contextos educacionais. Na proposição de uma discussão sobre um desses grupos, aquele voltado ao estudante surdo, se insere o presente estudo cujo objetivo é realizar uma reflexão crítica sobre os conceitos de deficiência, alteridade e diferença no contexto de inclusão do estudante surdo no ensino superior. Trata-se de uma pesquisa gestada no grupo de Estudos e Pesquisas em Educação/GEPED/UFAC, no período de 2023/2024. Tem uma abordagem qualitativa, descritiva, tendo como procedimento a revisão bibliográfica e a pesquisa de campo com 10 (dez) estudantes surdos, sendo 5 (cinco) da Universidade Federal do Acre/Ufac e 5 (cinco) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN com o uso da entrevista semiestruturada. Os resultados evidenciam que, atualmente, apesar da ênfase das discussões voltarem-se sempre às possibilidades do estudante surdo, há uma insistência em suas limitações, sendo-lhe atribuído uma “marca - deficiência” daquilo que não consegue alcançar. Há uma dubiedade: ao mesmo tempo em que são reconhecidos seus esforços para o sucesso da vivência universitária; há também, na visão desse aluno, uma relação (ambiente universitário-discente surdo) de exterioridade e não de alteridade. Conclui-se que, houve avanços significativos no processo de inclusão do estudante surdo no ensino superior, no entanto, esse aluno ainda é alguém distanciado, disponível para ser (re)posicionado e homogeneizado.