No contexto da relação entre usuário e profissional, insere-se a educação em saúde, uma prática histórica adotada como medida de higiene e controle de doenças, indicando a tendência histórica em propagar conhecimentos em saúde. O presente estudo trata-se de revisão bibliográfica que objetiva explorar perspectivas históricas da educação em saúde no ambiente escolar. Foi utilizada a base de dados LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde –, com os descritores educação, saúde, educação em saúde, escola, história, de onde foram selecionados sete artigos científicos. Historicamente, ações de disciplinamento eram direcionadas às classes populares, com propagação de regras de higiene e convívio social. No Brasil, os jesuítas foram precursores das práticas de saúde na época colonial. Foi a partir do século XIX que surgiram atividades direcionadas às condições de saúde, visando assistir as classes populares. Na década de 1920, com o agravamento dos problemas de saúde, houve a necessidade de intervenção significativa pelo Estado, surgindo, assim, a educação sanitária. Nesse conceito, o pensar e a educação são controlados, compelindo a população ao ajustamento ao mundo. Com a reforma sanitária de Carlos Chagas, as medidas de saúde, antes executadas pela polícia sanitária, passaram a ser realizadas pelos educadores sanitários, cuja atuação consistia na transmissão de informações sobre os princípios de higiene. Além de lugar de ensino e controle social, as escolas consistiriam em espaços terapêuticos, recaindo sobre o professor a responsabilidade de transformar o mundo. Nota-se a diferença de atuação e objetivos da escola de hoje e aqueles do passado, quando havia aceitação do papel escolar no sentido de regular pessoas e comportamentos, fato desprovido de aceitação nos dias atuais. Porém, dificuldades e desafios hoje enfrentados pela escola ainda são originários de tais resquícios, da inexistência de crítica e da incapacidade de superação de fundamentos e práticas do passado.