Este trabalho refere-se a parte de uma pesquisa desenvolvida no Mestrado em Educação, que teve como título “Transexualidades na escola: indagações a partir da escuta as professoras”. Desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul/RS, concluída em 2023. Está pesquisa se deu a partir de entrevistas semiestruturadas realizadas com 4 professoras e 2 professores da rede estadual do Estado de Pernambuco, para investigar como as professoras de Ensino Fundamental (anos finais) e Médio acolhem estudantes que colocam em cena a questão da transexualidade. Os pressupostos teóricos se sustentam na discussão a respeito da construção da escola, da docência, da sexualidade de estudantes e de docentes e os desafios da inclusão. A análise de dados foi sustentada em Bardin, que permitiu compreender várias nuances do fazer docente, na tentativa de dar conta de um tema tão negligenciado na escola e cercado de tabus e inseguranças. Os achados da pesquisa demonstraram a condição de acolhimento e inclusão na escola com intencionalidade para favorecer a aprendizagem e sustentar as estudantes no mundo de forma a construir laços e conviver com as diversidades e diferenças. Contudo, as/os professoras/es participantes da pesquisa relataram sentir desamparo e indicaram saídas que construíram, a partir de suas angústias sobre o tema, para acolher o que definem como algo que “ainda estão em construção, em aprendizagem”. Assim, as/os professoras/es se colocam na condição de escutar o diferente, o desconhecido para elas/es e amparar aquelas/es estudantes que em alguma medida se sentem confusas/os com essa experiência na escola. As/os 6 docentes desconheciam normativas já descritas na legislação que ampara essa população discentes, no entanto, mesmo diante dessa condição de não saber, foram em busca desse saber, o que posso definir como o vir-a-ser dessas/es estudantes em relações pautadas no respeito e na inclusão.