A vida da população negra do Brasil sempre foi marcada por desafios, já que a sua existência é perpassada pelo racismo estrutural enquanto legado da escravidão e da cidadania negada aos indivíduos no pós-abolição e que até hoje vivem, em sua maioria, à margem em aspectos políticos, econômicos e sociais. Deste modo, a sua presença no âmbito da produção artística brasileira, sobretudo na literatura, foi conseguida através de luta constante. A garantia por espaço de fala, e as tentativas de consegui-lo se iniciam ainda no século XVIII com Domingos Caldas Barbosa e começam a ganhar força e se solidificar, ainda que muitas das vezes marginalizada, aos finais do século XIX, com figuras como Machado de Assis, Maria Firmina dos Reis, Cruz e Sousa e Lima Barreto. Assim, o presente trabalho buscou discutir sobre o histórico da autoria negra brasileira, tomando como base a caracterização das personagens negras dentro do conceito de literatura negro – brasileira. Em cotejo ao já exposto, se buscou entender o papel da BNCC e do Currículo de Pernambuco, em seus estímulos ou a ausência deles para o trabalho com esta literatura; assim como a aplicabilidade desta escrevivência, para as práticas de letramento de reexistência em sala de aula para uma educação antirracista. Para a feitura deste trabalho, analisamos em nosso corpus de maneira quantitativa contos de autoria negra dos séculos XIX e XX; Assim sendo, esta pesquisa esteve baseada nas discussões propostas por Assis(2020), Cuti (2010), Evaristo(2020), Soares(2002) e Souza(2011).