Apresentamos um relato de experiência de educação popular em biologia no sertão nordestino e seus impactos, tendo como base experiências do Projeto de Extensão UFPE no Meu Quintal, da UFPE, cujo objetivo é levar atividades pedagógicas para o Sertão Pernambucano, com finalidade de divulgação científica e troca de saberes entre academia e comunidades. São descritas experiências das 9ª e 10ª edições do Projeto nas cidades de Ibimirim-PE e Belém de São Francisco-PE, respectivamente. O fio condutor da análise baseou-se no cenário atual da educação no País que, entre outras questões, é marcado pela falta de incentivo para discentes e persistência da docência em métodos de ensino tradicionais, geralmente pouco eficientes. As oficinas oferecidas na 9º edição do projeto foram divididas em práticas para o ensino de ciências, para professores, e outra na área de zoologia com enfoque na educação ambiental, para alunos do ensino fundamental e médio. Para professores, após uma dinâmica de acolhimento, houve, uma roda de diálogo para troca de conhecimentos sobre a profissão do professor de biologia no interior e a evasão escolar; na segunda oficina, os alunos foram apresentados à elementos da fauna do semiarido e observou-se baixo conhecimento técnico, à despeito de já terem avistado deles no seu dia a dia. Na 10ª edição foi trabalhado predominantemente o público infantil, por meio de duas oficinas, uma de zoologia e outra de anatomia, onde os discentes demonstraram poucos conhecimentos básicos sobre a zoologia e quase nenhum sobre anatomia. Nas duas experiências foi possível notar que aproximadamente 70% do público tinha algum conhecimento sobre o conteúdo a partir de sua vivência diária, porém com pouco embasamento acadêmico. Com isso, observou-se uma grande defasagem de informações básicas sobre biologia, informações necessárias e importantes no seu dia a dia, principalmente relacionadas à educação ambiental, animais peçonhentos e venenosos.