O presente trabalho consiste em apresentar uma crítica aos moldes da educação básica brasileira, referente à educação antirracista na escola. Para propor nossa reflexão, tomamos como apoio os livros Como ser um educador antirracista (2023), de Bárbara Carine, e Poemas da recordação e outros movimentos (2021), da Conceição Evaristo. Com base nisso, é de suma importância apresentar modelos de intelectuais negros, como escritores, cientistas, professores etc., para que os estudantes reflitam sobre a pluralidade cultural para além do eurocentrismo e afroncentralizar o ensino, tendo em vista que há uma gama de conhecimento cultural oriundo do continente africano. A pesquisa ora apresentada possui caráter bibliográfico e uma análise exegética das obras acima citadas. Assim, na publicação da Conceição Evaristo, há o resgate do caráter da ancestralidade, exaltação de personagens femininas, exposição às lutas diárias do povo preto, refletindo questões sociais a fim de trazer um futuro ancestral esperançoso. Recordando seu povo e a sua devida importância, esse resgate dá voz às escrevências. Em vista disso, sob uma perspectiva do âmbito educacional, é necessária a participação ativa dos alunos em relatar episódios vividos alusivos ao racismo, e expor através da escrevivência o que foi presenciado, assim identificando problemáticas racistas e procurando caminhos para uma educação que seja antirracista. Da mesma forma é extremamente necessário desmistificar algumas falsas ideologias que estão presentes no âmbito educacional, tal como a “democracia racial”. Um modelo inovador a ser seguido na educação básica brasileira é o da escola Maria Felipa, a primeira escola afro-brasileira, inaugurada em 2019, em Salvador, Bahia. A partir de um viés decolonial, implementado no ensino e na estrutura escolar, a escola trabalha com representatividades africanas e indígenas, fomentando a autoestima dos alunos.