Este estudo revisita a concepção de infância desde a influência da Modernidade até os desafios contemporâneos enfrentados pela Educação Infantil no Brasil. Explora-se a transição da visão medieval da criança como um "pequeno adulto" para uma compreensão mais contemporânea da infância como uma fase única e crucial no desenvolvimento humano. A pesquisa destaca o reconhecimento da Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica no Brasil após a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, contrastando com os preconceitos históricos enfrentados, especialmente em relação às creches associadas às necessidades das mães trabalhadoras durante a Revolução Industrial. Utilizando o referencial teórico da Sociologia da Infância, fundamentado nos estudos de William Corsaro e na pedagogia da escuta de Loris Malaguzzi, o estudo enfatiza a necessidade de práticas pedagógicas que considerem a singularidade de cada criança. Isso inclui uma abordagem que promova uma infância brincante e interativa, respeitando suas diferenças individuais. Os objetivos específicos da pesquisa são analisar a concepção atual dos professores sobre a infância nas escolas, investigar o impacto da desigualdade social nas crianças da Educação Infantil e identificar práticas pedagógicas que levem em conta a diversidade de experiências infantis. Além disso, ressalta-se a importância da formação docente qualificada para garantir o desenvolvimento integral das crianças, especialmente em um contexto educacional que reflete a diversidade cultural e social do Brasil. Os resultados indicam que, muitas vezes, a rotina exaustiva, a escassez de profissionais e a falta de formação adequada dificultam a capacidade dos professores em compreender e atender às necessidades individuais de todas as crianças.