O presente trabalho analisou o ensino de história na Educação Escolar Indígena Tremembé, tendo como lócus de pesquisa a Escola Indígena Maria Venância localizada em Almofala. Para tal nos aproximamos das categorias da colonialidade do ser e do saber, ou seja, um novo padrão de poder eurocentrado e racializado que se institui com as grandes navegações e leva a desumanização dos colonizados, bem como a negação de suas epistemologias. No que concerne ao referencial teórico que fundamenta as reflexões aqui apresentadas nos aproximamos dos referenciais da colonialidade/ decolonialidade em consonância como os escritos de Catherine Walsh (2009), João Figueiredo (2009, 2010) e Mignolo (2003). Em termos metodológicos, esta pesquisa se configura como um estudo de caso dentro da uma abordagem qualitativa, nos moldes propostos por Bogdan & Biklen (1994), uma vez que abarca uma pluralidade de estratégias investigativas na busca pela aquisição de dados descritivos, a percepção pessoal dos sujeitos e a ênfase sobre o processo de constituição e não em seu produto final. A pesquisa explicitou pontos de conexão e articulação entre a História do Brasil e a História Tremembé, favorecendo a comparação e o diálogo entre elas; articulação entre o nacional e o local são fundamentais para a ampliação da compreensão da realidade Tremembé; a incorporação das memórias orais das lideranças aos saberes escolares; o fortalecimento da identidade étnico racial e a contextualização dos desafios presentes vivenciados pela etnia.