A escritora potiguar Nísia Floresta é considerada uma das grandes defensoras da educação feminina em pleno século XIX, como também atuou na defesa dos povos indígenas nesse período. Em razão dessa defesa da mulher e do indígena, a autora foi criticada não só no âmbito público, mas também privado, foi perseguida e teve que se exilar em outro país. Neste trabalho, temos como objetivo analisar o posicionamento de Nísia Floresta na defesa dos povos indígenas e da mulher no Brasil a partir de suas obras, mas especificamente em seu poema A lágrima de um caeté (1997). Ensejamos ainda fazer uma leitura da referida obra não só a partir do foco na representação dos povos indígenas, mas também a partir das questões de gênero. Considerando-se que o nosso trabalho se relaciona, aos estudos sobre o indígena na cultura brasileira e aos estudos acerca da produção literária de autoria feminina de tempos passados. Nosso aporte teórico contempla, pois, ambas as frentes de pesquisa, no que diz respeito à reflexão sobre o indígena brasileiro, baseamo-nos nos estudos de Bastos (2011), Coutinho (1997) e Graça (1998). Quanto aos estudos de gênero nos pautamos nas reflexões de Hollanda (2020), Xavier (1999) e Zolin (2005). Esperamos contribuir para os estudos acerca do indigenismo no país e, notadamente, para os estudos sobre a mulher e a produção literária de autoria feminina do século XIX, que foi silenciada da história literária oficial.