O presente trabalho envolve um relato de experiência em uma escola pública da rede municipal de Fortaleza, Ceará, Brasil, localizada no bairro Jangurussu. Diante do desafio de incluir uma criança com autismo, não alfabetizada, matriculada no 3º ano do ensino fundamental, verificou-se a necessidade de pensar estratégias que viabilizassem a sua permanência e participação na sala regular. A intenção era compreender a forma de agir da criança e intervir no intuito de favorecer sua participação produtiva nas atividades da escola, bem como o envolvimento com os demais indivíduos da instituição com os quais convivia. As concepções teórica que embasaram a pesquisa estão relacionadas à valorização das relações (indivíduo/meio e entre indivíduos) e reconhecimento das singularidades nos processos de desenvolvimento de um ser capaz de produzir o próprio conhecimento (FIGUEIREDO; MANTOAN; VYGOTSKY). Esse relato se utiliza de registros orais da professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE), autora principal do artigo, retratando a sua convivência pessoal com a criança, além de falas dos alunos, professores e demais funcionários da escola relacionadas ao aluno. Tratou-se de uma vivência compartilhada e construída por muitas mãos que, apesar dos desafios, possibilitou ao estudante experiências favoráveis à sua evolução tanto em relação aos conhecimentos escolares adquiridos, quanto ao convívio social.