A inclusão de surdos na sociedade impõe inúmeros desafios e isso ocorre, principalmente em razão da surdez não acarretar marcas físicas, mas sim comunicativas. Nesse sentido o objetivo desse trabalho é refletir sobre a inclusão que é proposta na legislação brasileira e sobre sua exequibilidade. Trata-se de um trabalho qualitativo de campo e observacional realizado no mês de maio de 2024 na cidade de Sobral-CE. A observação de pesquisa foi realizada durante uma aula de campo dos alunos da disciplina de introdução à libras de uma instituição privada (IES) no interior do Ceará. A aula consistiu em abordar os funcionários das lojas utilizando a língua de sinais e observando suas reações. A aula transcorreu de forma tranquila onde os funcionários demonstraram não conhecer a língua brasileira de sinais, no entanto foram receptivos e acolhedores no sentido do atendimento ao cliente. Ao final da experiência os alunos explicavam a atividade para os participantes e havia uma troca de informações e conhecimentos. Todavia, ocorreu um episódio com o segurança do shopping lugar escolhido para realizar a atividade em questão e esse episódio repercutiu de forma negativa para o grupo envolvido na aula de campo. O segurança não só desconhecia a língua de sinais como também intimidou os alunos ao falar que o grupo estava constrangendo as funcionárias e clientes do shopping, sugerindo que atividade em questão tratava-se de uma “pegadinha”. A reflexão que fica é sobre o tipo de inclusão oferecida a comunidade surda, pois o surdo tem o direito de usar a libras como sua L1(Primeira língua) não apenas para se comunicar, mas também para participar como cidadão crítico em nossa sociedade e essa participação social dos surdos se tornará efetiva através da difusão da língua de sinais.