O ensino de Língua Portuguesa ganha uma dimensão pragmática no que diz respeito ao uso das palavras e das sentenças inseridas em um determinado contexto enunciativo. Assim, trabalhar com textos nesta perspectiva, evidenciando na sala de aula, as categorias de tempo, pessoa, espaço, levantando os aspectos dos efeitos de sentidos que estes elementos provocam no texto, permite que os alunos façam leituras e interpretações mais coerentes sobre a(s) temática(s) do texto(s). Neste sentido, este artigo tem objetiva fazer uma análise pragmática da crônica narrativa “A aliança” de Luís Fernando Veríssimo, enfatizando, os elementos da dêixis: pessoa, tempo, espaço que constituem as categorias da enunciação, evidenciando os efeitos de sentido que estes provocam na relação autor-texto-leitor. Para isso, tivemos como fundamentação teórica os autores: Benveniste (1989), Antunes (2010) e Fiorin (2014). Os resultados desta pesquisa em relação à categoria de pessoa evidenciaram que nesta crônica utiliza-se do “eu” para demarcar uma subjetividade; do eu x tu para estabelecer um diálogo entre os personagens e do ele para provocar um efeito de impessoalidade. Em relação à categoria de tempo verifica-se que existe um mescla entre o pretérito perfeito X imperfeito; o pretérito imperfeito X futuro perfeito; o futuro perfeito X pretérito perfeito. Sobre a categoria de espaço observa-se tanto o espaço linguístico quanto o físico para situar o leitor em relação ao enredo da história. Neste contexto, reafirma-se a importância de trabalhar a interpretação textual a partir de contribuições da pragmática, pois torna a aprendizagem mais significativa nos eixos de ensino: leitura, escrita e análise linguística.