Partindo dos pressupostos de que a Ciência contempla conteúdos históricos e filosóficos mediados pela Literatura, de que Ciência e Literatura não estão separadas e é preciso seguir desconstruindo as visões de Ciência como exclusivamente matemática, enquanto a Literatura está no extremo oposto, estabelecer uma ponte entre Ciência e Literatura pode contribuir para a aprendizagem e amenizar a crise de leitura na contemporaneidade. Para além disso, a interação entre Literatura e Ciência pode mostrar a Ciência como uma construção humana, fruto do estudo, da inventividade, mas, sobretudo, da imaginação e criatividade do homem. Dentro do Ensino de Ciências, pesquisadores como Cachapuz, Zanetic, Pinto Neto, Flôr, Silveira, Piassi e Pietrocola, dentre outros, têm defendido ou investigado estes aspectos. A partir destes aportes teóricos, foi realizado um projeto numa escola de Ensino Fundamental e Médio no município de Serra (ES), com o objetivo de promover a inserção de textos literários aliados ao Ensino de Ciências, com apresentação de livros com temática científica, de autores como Júlio Verne, Malba Tahan etc. Os resultados obtidos a partir de registros escritos da formação de clubes de leitura, realização de oficinas temáticas com textos literários como pano de fundo e investigação do hábito de leitura e viabilidade do uso de textos literários para aulas de Ciências, mostraram que os estudantes reconhecem que não têm hábito de leitura, mas que a partir da utilização de Literatura e demais expressões artísticas culturais, poderiam adquiri-lo e melhorar a leitura. Além disso, a inserção de História, Literatura e demais expressões artísticas culturais nas aulas de Ciências, facilitaria a aprendizagem, promoveria o hábito da leitura e tornaria as aulas mais interessantes. Desta forma, defendemos que a integração entre Literatura e Ciências se torne um hábito nas aulas, desconstruindo a visão de que são opostas ou são separadas.