Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que normatiza a Educação Básica brasileira, constam as aprendizagens mínimas que todos os estudantes brasileiros devem ter. Para o componente curricular da Educação Física, a BNCC traz, pela primeira vez, as práticas corporais de aventura como unidade temática a ser ensinada obrigatoriamente no Ensino Fundamental. Esse eixo temático se refere a atividades que envolvem a exploração de ambientes naturais e urbanos, a fim de promover a interação entre o corpo, a natureza e os espaços da cidade. Esse trabalho tem por objetivo fazer uma análise a partir da produção científica de como está se dando o ensino desta unidade temática, destacando as práticas corporais desenvolvidas, assim como os espaços que elas ocorrem (escolares e não escolares). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos resultados emergem de uma revisão de literatura realizada a partir de artigos científicos publicados nos últimos 7 anos, período de vigência da BNCC, nas bases de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Brasil. O estudo encontra-se em andamento, mas os resultados preliminares apontam que as principais práticas corporais desenvolvidas são o parkour, o slackline e as trilhas, desenvolvidas de forma adaptada, na maioria das vezes, no contexto escolar. O uso de espaços externos à escola esbarra em dificuldades como a falta de recursos para contratação de transporte para o deslocamento, a preocupação com a segurança dos alunos ou a falta de ambiente adequado para as atividades. Dessa forma, esse trabalho pretende deixar como contribuição aos professores de Educação Física a sistematização de possibilidades de ensino de práticas corporais aventura em espaços escolares e não escolares, assim como fazer uma discussão teórica que debata o potencial de formação ecológica a partir das práticas corporais de aventura na natureza.