Conforme a LDB nº 9394/1996 da educação pública brasileira, aos sujeitos educativos são garantidos o aprofundamento e a totalidade do conhecimento socialmente produzido pela humanidade. No entanto, recaem sobre os direitos, as manifestações de interesse do mercado educacional, que sustenta uma lógica desviante da LDB. Tais desvios são apreendidos por mecanismos de direção e domínio do status quo e das diretrizes políticas e societais. Assim, observamos a partir de análise da (BNCC) e Lei n.13.415/2017, com foco nos Cursos Subsequentes, que são ofertados sob a ótica do empreendedorismo. Entendemos que essas diretrizes e ofertas educativas estimulam a oferta de um conhecimento fragmentado. Em concreto, buscamos demonstrar que tais políticas, imersas no ethos do capitalismo neoliberal, visam estimular uma educação conformadora, na qual há um afinamento com teorias e direcionamentos à formação de mentalidade pela verve meritocrática, onde o empreendedorismo é alçado como prática educativa para a possibilidade de inserção e ascensão no mercado de trabalho. Atrelado a esse processo, encontramos o estimulo à ideologia neoliberal, ancorado ao desenvolvimento de competências socioemocionais que encarnam um pensamento de individualização em confronto com fatores socialmente e historicamente construídos. A racionalidade engendrada na mentalidade dos educandos é de vertente conformadora, com a premissa da redução da ação do Estado. Através de questionário dirigido aos alunos dos Cursos Subsequentes em Panificação do IFRS-Campus Porto Alegre, buscamos desvelar como a formação humana tem sido cooptada pelas ideias da hegemonia dominante no cenário brasileiro. Deste modo, compreender as visões de mundo desses jovens torna-se necessário para promoção de uma educação que responda às necessidades do mundo do trabalho e do mercado de trabalho centrado na emancipação dos sujeitos e rejeitando a posição de subalternidade ou subsunção de uma educação para o capital.