O IMPACTO DA INTERMITÊNCIA ANTRÓPICA NA ICTIOFAUNA DO RIO SANTA CATARINA (RIO PARACATU, SÃO FRANCISCO)
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O rio Paracatu é um dos maiores afluentes mineiro do rio São Francisco e o seu atual cenário de deterioração somado a sua importância para manutenção da ictiofauna do rio São Francisco fazem com que seja considerado uma área prioritária de conservação da ictiofauna em Minas Gerais. O presente estudo teve por objetivo estudar os impactos de um secamento antrópico que provocou a intermitência anual do rio Santa Catarina tributário do rio Paracatu. O delineamento amostral para ictiofauna adotou duas estratégias para a realização do estudo, um inventário da ictiofauna na bacia como um todo e o monitoramento sistemático nas áreas de influência do secamento do rio. Ao todo foram realizadas 12 campanhas de campo para coleta de dados primários entre maio de 2019 e maio de 2022. Durante o estudo foram capturados 1693 indivíduos, distribuídos em 18 famílias, 32 gêneros e 34 espécies. As maiores riquezas foram encontradas nas estações de amostragem fora da influência de secamento do rio Santa Catarina e em regiões com habitats em melhor estado de conservação. Considerando o contexto espacial, as menores riquezas foram encontradas nas estações amostrais localizadas no trecho de secamento. Este fato pode estar relacionado as constantes variações do nível da água com períodos de deplicionamento total, que dificultam o estabelecimento das comunidades ícticas residentes nesse trecho. Estudos demonstram que múltiplos fatores podem influenciar nas distribuições e composição dos peixes que vão desde parâmetros físico-químicos até fatores estruturais como vegetação ciliar, conectividade, tamanho do fluxo e outros. A ação sinérgica de diferentes pressões antrópicas no rio Santa Catarina tem efeitos importantes na desestruturação de habitats e na perda de diversidade dessa região." 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