O presente trabalho procura esclarecer aspectos relevantes à construção da literatura de autoria feminina, evidenciando as diferentes etapas da evolução dessa literatura, desde as diferenças entre gêneros, apontando para superioridade dos homens no contexto social a um panorama sobre as obras e autoras que tiveram relevância no cenário literário. Busca-se compreender como as mulheres conseguiram ocupar um lugar de destaque na literatura, os caminhos que foram percorridos, os desafios que foram ultrapassados e as mudanças que estas produções de autoria feminina acabaram promovendo dentro da sociedade.
A crítica literária feminina iniciou-se na segunda metade do século XX e se construiu através duas modalidades. A primeira refere-se ao resgate de obras escritas por mulheres e que, no decorrer do tempo, foram destinadas ao ostracismo; a segunda desenvolve a releitura de obras literárias, independentemente da autoria, considerando a experiência da mulher. Procura-se deste modo, detectar através do estilo, da temática e das diferentes vozes do texto, a relevância da voz feminina e os traços de patriarcalismo que perpassam a obra. A contribuição da crítica feminina foi relevante para que as escritoras passassem a ter uma oportunidade de mostrar suas obras. A princípio as obras de autoria feminina ainda estavam arraigadas com ideologias patriarcais, foi timidamente que essas estruturas preestabelecidas foram mudando.
Nesse trabalho também evidenciamos a literatura de Adélia Prado, escritora a frente do seu tempo que buscou seu espaço e mostrou ter um estilo próprio e contundente. Destacaremos não apenas o estilo da autora como uma das suas temáticas, talvez a mais presente em suas obras: a representação da mulher.