Artigo Anais ABRALIC

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      A emergência de visibilizar autoras esquecidas pelo violento controle social e por uma ditadura de \r\n
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      acomodação e conservadorismo, empurram, para as margens, autores e autoras cuja obra não circula, \r\n
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      inviabilizando o simples conhecimento do autor como estudos aprofundados. A década de 40 em \r\n
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      Portugal agiu criminosamente contra autores e autoras em dissonância com o modelo praticado e \r\n
       \r\n
      defendido. Nesse universo, recortamos a escritora Maria Archer, vítima de dupla discriminação como \r\n
       \r\n
      mulher e como escritora que denunciava a própria situação da mulher. A audácia de afrontar valores \r\n
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      cristalizados resultou na proibição dos seus livros e posterior exílio para o Brasil, de onde só saiu já \r\n
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      doente, para morrer em Portugal em 24 de janeiro de 1982, pobre e esquecida. Maria Archer, embora \r\n
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      portuguesa de nascimento (1899) viveu parte de sua vida na África: Angola, Moçambique, Guiné \r\n
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      Bissau. Em 1977 conseguiu, afinal, retornar, porém não logrou resgatar a vida adiada, roubada pela \r\n
       \r\n
      intolerância e pelo atraso da ditadura salazarista. Sua escrita permanece ignorada, invisível, sem o \r\n
       \r\n
      necessário encontro com o leitor. Recentemente, houve tímida publicação de título da autora: acanhada \r\n
       \r\n
      para quem escreveu tanto, mas louvável iniciativa. Publicar estudos sobre a obra de Maria Archer \r\n
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      como de outras autoras igualmente “varridas para debaixo do tapete” do policiamento ideológico é o \r\n
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      objetivo do trabalho que desenvolvo, sempre questionando a noção de cânone como forma de \r\n
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