Introdução: A privação auditiva ocasionada pela perda auditiva tem sido objeto de estudo devido ao crescente aumento no número de idosos e da expectativa de vida. As alterações auditivas na população idosa vão desde a diminuição nos limiares de audibilidade até dificuldades importantes na compreensão da fala, levando o indivíduo a ter problemas na comunicação e isolamento social. Objetivos: Comparar os resultados audiológicos de dez idosos atendidos em uma clínica privada no período de seis anos e verificar os possíveis prejuízos ocasionados pela falta de estimulação auditiva e efeitos da privação auditiva. Metodologia: A amostra foi composta por quatro indivíduos do sexo feminino e seis indivíduos do sexo masculino. A média de idade obtida foi de 81 anos, com idade mínima de 74 anos e máxima de 89 no grupo feminino e de 72 anos e 90 no grupo masculino. Do total dos dez sujeitos avaliados, dois realizaram duas avaliações audiológicas e oito sujeitos realizaram três avaliações audiológicas ao longo de seis anos de acompanhamento. Resultados: A média de limiares auditivos na primeira avaliação audiológica comparada com a última, em três casos manteve-se nos mesmos patamares e, em sete, a diferença máxima chegou a 10dB em uma ou mais frequências. A Audiometria Vocal foi decisiva na constatação do efeito de privação auditiva. As maiores diferenças percentuais foram evidenciadas nos quatro últimos anos de cada paciente. Os dois pacientes que realizaram apenas duas avaliações audiológicas não apresentaram efeitos de privação auditiva. Discussão: Os resultados obtidos, no que se refere a discriminação de palavras monossilábicas evidenciam que o não uso de amplificação sonora (prótese auditiva), provocou uma severa alteração ao longo do tempo. Efeitos da privação auditiva e da percepção auditiva têm evidenciado de forma contundente que o desenvolvimento e o funcionamento auditivo está diretamente relacionado à quantidade e qualidade da entrada da informação. Conclusão: A presença da privação auditiva pode ser observada em 60% dos indivíduos através da piora significativa na inteligibilidade nos últimos quatro anos. Com a evidência da piora no convívio social todos os seis indivíduos que sofreram o declínio comunicativo pela reduzida compreensão aceitaram a importância da amplificação sonora e encontram-se motivados à sua utilização. Os outros quatro pacientes seguem referindo não necessitar nem tampouco desejar utilizar aparelho auditivo de amplificação sonora individual. Todos os pacientes seguem o acompanhamento com médico otorrinolaringologista.