Foi no contexto do pós-guerra que os países desenvolvidos, preocupados com a preservação da economia de mercado, iniciaram pesquisas na área educacional afim de acompanhar os resultados da ampliação dos sistemas escolares, em decorrência do problema evidenciado de desigualdade de escolarização entre os povos.
Seguindo uma tendência internacional, surge a necessidade de criação de sistemas de avaliação para diagnosticar o rendimento escolar de forma precisa para estabelecer os programas adequados ao ensino, sendo materializado no Brasil com a implantação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB).
O objetivo deste texto é demonstrar que as avaliações em larga escala implementadas pelo SAEB seguem orientações mercadológicas, centrando sua preocupação nos resultados, na política de responsabilização e na indução do currículo na escola. Por isso, a cada ciclo realizado para avaliar a qualidade da educação, foi apresentando modificações nos arranjos institucionais, nos desenhos, no caráter metodológico de pesquisa, entre outros aspectos, caracterizados por Bonamino e Sousa (2012) por três gerações de avaliação em larga escala.
O estudo respaldado pela revisão da literatura sobre a temática traz elementos que marcam a trajetória de existência deste sistema de avaliação nacional da Educação Básica com suas mudanças ocorridas, revelando que a realização das avaliações externas e em larga escala implementadas (ANEB, ANRESC e ANA), podem ocasionar possíveis riscos prejudiciais ao processo de aprendizagem, como o estreitamento curricular.
Nesse sentido, a reflexão em torno da temática é pertinente pela centralidade que a avaliação ocupou nos últimos anos no cenário educacional, para que não se traduza na busca da qualidade referenciada apenas pelos índices quantificáveis, mas por uma qualidade social da educação básica, comprometida com à formação humana integral.