O presente trabalho realiza um estudo de caso em relação ao julgamento, pelo Tribunal Penal Internacional, do terrorista Abou Zeid, com o escopo de apontar quais artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos foram violentados por ele. O terrorista foi um dos líderes da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), região africana vulnerabilizada, entre outros motivos, pela ausência de organização política, onde muitos habitantes sequer conhecem o conceito de democracia. Num contexto de miséria, crianças são recrutadas como soldados para a guerra santa (jihad) realizada por grupos fundamentalistas como a AQMI, buscando uma realidade diversa da que estão inseridas, levadas pela promessa de trabalho e, portanto, de propiciar uma vida melhor a si mesmos e a suas famílias. No entanto, acabam por se deparar com uma vida ainda pior: passam a ser sujeitos a maus-tratos, violência física e psicológica, ausência de condições alimentícias e sanitárias dignas, jornadas de trabalho extenuantes - ademais, raro é alguma criança retornar à sua família como planejava. Assim, direitos humanos, mesmo os considerados básicos, são maculados pela atividade de Zeid, num leque que engloba desde o respeito à liberdade de credo até o apoio à educação e o combate ao trabalho escravo infantil.