Vivemos uma profunda revisão nos modos de pensar a ciência, a arte e a escrita. Com o pós-estruturalismo e as teorias pós-modernas a literatura e a história passaram a rejeitar os ideais de representação que por tanto tempo as dominou, optando por questionar a relação da história com a realidade e entre a realidade e a linguagem. Tal questionamento influenciou de forma significativa as perspectivas do ensino de história. Em decorrência destas constatações e motivados pelo desejo de estudar a relação da literatura com a história, e com isso suscitar novas problemáticas no campo educacional, em especial nas discussões sobre ensino de história, o presente trabalho buscou refletir sobre as possibilidades de diálogos entre esses dois saberes a partir das teorias pós-modernas. Analisamos para tanto o conto Mãe Judia, 1964 (2004), de Moacyr Scliar a partir do conceito de metaficção historiográfica e à luz de autores como: Durval Muniz de Albuquerque Júnior, Linda Hutcheon, Sandra Jatahy Pesavento entre outros. Esse estudo configura-se como uma pesquisa bibliográfica. Verificamos no conto em análise que a história não aparece apenas como pano de fundo para a literatura, ambas estabelecem um diálogo crítico a cerca da razão, da ficção, da escrita e da memória. Constatamos que longe de descaracterizar tais disciplinas e colocar em xeque suas autonomias, a poética da pós-modernidade as tornou mais amplas. O uso do conto Mãe Judia, 1964 (2004) em sala de aula possibilitará a criação de espaços significativos de ensino-aprendizagem.