As políticas curriculares presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) expressam um projeto de poder político e econômico no Brasil. Dentre muitas questões que podem ser discutidas a partir da BNCC, este trabalho se dispõe a lançar luz sobre o papel docente neste contexto. Entende-se que para que haja justiça cognitiva é fundamental que os docentes sejam ouvidos e reconhecidos em sua profissionalidade, no entanto, a uniformização curricular proposta pela BNCC desconsidera o currículo como uma construção cotidiana, reforçando a marginalização de saberes produzidos nos/dos/com os cotidianos, além de desvalorizar o papel de ponte entre o currículo prescrito e o currículo vivido desempenhado pelos professores. Logo, se faz necessário compreender e difundir as estratégias criadas pelos professores para resistirem a um processo de precarização dos aspectos intelectuais, criativos e acontecimentais do trabalho docente, presentes na proposta de uniformização curricular da BNCC.
O público alvo deste trabalho são professores da educação básica que atuam no 1º segmento do ensino fundamental. Através dos resultados da pesquisa espera-se contribuir para a compreensão das relações entre a política curricular proposta pela BNCC, seus desencontros com os currículos pensados e praticados e seus desdobramentos no cotidiano escolar e na atuação docente.