O ato de planejar sempre fez parte da realidade do ser humano. Como prática educacional sistematizada, no entanto, o planejamento ganhou força a partir do século XIX. À medida que o sistema capitalista ganhou força, a Educação assumiu uma feição tecnicista e fragmentada, voltada à preparação para o mercado de trabalho. Por muito tempo o planejamento acompanhou essa sistemática e apresentou-se como um manual de instruções que deveria ser fielmente cumprido pelos docentes. A necessidade de romper com essa concepção engessada e burocrática surge no campo educacional, onde o planejamento precisa servir como um instrumento político-pedagógico transformador da realidade. Para que isso aconteça, o docente deve assumir uma postura de mediador entre o planejamento e o discente, estimulando sua participação na construção dos próprios conhecimentos. O presente estudo, portanto, teve como objetivo analisar as etapas de uma experiência de planejamento sob a luz do que a literatura aponta como exitosa. Foi analisado o planejamento da atividade corre-cutia voltada à alfabetização lúdica e individualizada de educandos de variados níveis. Trata-se de uma investigação ancorada na vertente qualitativa, caracterizando-se como estudo exploratório-descritivo. A prática analisada rompe com os planos de planejamento tradicionais a medida que tira o professor como centro da atividade, exercendo um papel como mediador, sendo o aluno a ação do aluno o foco da atividade. São presentes nesse planejamento aspectos importantes como a avaliação diagnóstica da turma e a flexibilidade quanto a forma como a atividade planejada pode ser efetuada. Como resultado da análise do caso prático, observou-se que o planejamento teve um papel importantíssimo no ensino e aprendizagem emancipadora.