O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum entre idosos acima de 65 anos. Os sintomas mais conhecidos são motores, contudo na síndrome estão presentes sintomas não motores que influenciam diretamente no curso da doença. A depressão e a ansiedade são comuns nessa população e ainda pouco considerados nos tratamentos convencionais. Este trabalho investigou, por meio de estudo longitudinal, os efeitos de um processo grupal com idosos com Parkinson. O grupo, de duração de dois meses, se caracterizou como um espaço de escuto e de troca de experiências e informações. Foram realizadas avaliações psicológicas antes e após o processo grupal. Notou-se durante o processo grupal, a importância do espaço para acolhimento. As trocas de experiência e as reflexões que surgiram permitiram novas expressões de uma dimensão que parecia distante, não mais presente. Na análise estatística, constatou-se o aumento do indicador de depressão, ao mesmo tempo da diminuição significativa do indicador para ansiedade. Também houve diminuição na pontuação das escalas de suporte social, o que difere do aumento nas escalas de suporte familiar após a intervenção.
Esses dados corroboram com a ideia de que o tratamento para Parkinson deve ser repensado de maneira a abordar interdisciplinarmente as diferentes dimensões que coexistem no indivíduo e que influenciam no curso da doença. Nesse sentido, o grupo se mostrou um forte aliado no que tange a promoção de saúde mental e da melhora na qualidade de vida dessas pessoas.