Introdução: A Odontopediatria não pode limitar-se apenas à prevenção e/ou tratamento dos problemas buco-dentários. Também deve ser uma área que possibilite um equilíbrio entre as áreas educacional e psicológica, possibilitando a ampliação dos benefícios do atendimento. Objetivo: Avaliar como os odontólogos devem manejar as crianças em seus consultórios, de forma a estabelecer um contato que vise o bem-estar do paciente imaturo e em pleno desenvolvimento com o qual está se mantendo um intercâmbio constantemente ativo, preponderando e exigindo cada vez mais do profissional a aplicação de suas habilidades psíquico-motoras adquiridas. Metodologia: A pesquisa, descritiva e exploratória, foi realizada através de um questionário composto por três perguntas direcionadas a 40 odontopediatras da cidade de Campina Grande – PB e utilizou o método quantitativo, com análise de conteúdo. Resultados: Quanto a maior qualidade que o profissional deve ter ao lidar com as crianças, 25% consideraram a personalidade firme e o respeito a criança; 7,5% afirmaram ser os conhecimentos técnicos especializados e as habilidades manuais e 67,5% asseguraram que a mescla entre o autocontrole, a paciência, a calmaria, o bom-humor e a amizade com as crianças se configura como a principal virtude de um odontopediatra. Quanto aos sinais de ansiedade mais comuns que os profissionais observam em seus pacientes, 96% relataram que o sinal mais frequente são os olhos arregalados e fixos; 91% a secura da boca; 87% movimento de fuga; 82% tremores finos por todo o corpo; 79% palidez; 68% sudorese; 53% apresentam pupilas dilatadas; 47% espasmos; 45% testa enrugada e 32% taquicardia e narinas dilatadas. O dado mais importante obtido revela-se no fato de 100% dos entrevistados declararem estabelecer uma relação de parceria com os pais e/ou responsáveis das crianças. Conclusão: O relacionamento é a principal diferença entre o tratamento de crianças e adultos. O tratamento de um adulto exige uma relação de um pra um: relacionamento profissional-paciente. No entanto, o tratamento de uma criança exige uma relação de um pra dois: relacionamento do profissional com a criança e seus pais. O odontopediatra deve valer-se uma linguagem simples, direta, compatível com o desenvolvimento da criança e adequada aos instrumentos e aos procedimentos a serem realizados. O profissional competente deve reconhecer o tipo de paciente que vai lidar, para que consiga empregar a abordagem ideal para cada caso. A ansiedade dos pacientes e dos pais pode ser atenuada pela própria abordagem do dentista, através de informações antes da primeira intervenção. A voz e a expressão facial do profissional devem espelhar confiança. O ambiente da sala de espera e do consultório também deve ser voltado para que desperte a curiosidade das crianças, com revistas, panfletos, jogos educativos e brinquedos, como forma de convidar a criança para brincar, se ocupar e se distrair. Eticamente espera-se do profissional competência e maestria para a condução do tratamento, no plano técnico, e o bom relacionamento, no plano psicológico, para que a Odontopediatria seja plenamente exercida.