Introdução: Os contraceptivos hormonais, por ser um método fácil, acessível e consideravelmente seguro, destacam-se entre os métodos contraceptivos atuais. Medicamentos utilizados por milhões de mulheres em todo o mundo, seu risco-benefício tem sido estudado com muita frequência, não só para esclarecimento da população, mas também para o aperfeiçoamento das fórmulas, a fim de diminuir os riscos e os efeitos indesejados. Objetivo: Identificar os principais riscos oferecidos pelos contraceptivos hormonais. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de estudos pesquisados em bases de dados online (PubMed, SciELO, NEJM e Plataforma Capes), publicados entre no período entre 1996 e 2011. Resultados: O tromboembolismo venoso foi o problema de maior menção nos estudos revisados, apresentando uma taxa de risco 3 a 6 vezes maior em usuárias de contraceptivos hormonais em comparação com não-usuárias e essa taxa diminuía em cerca de três meses com a interrupção do uso. Foi visto também que o risco de ocorrência de tromboembolismo venoso aumenta com maiores doses estrogênio, enquanto que formulações contendo apenas progesterona não demonstraram acréscimos significativos. A trombose arterial se mostrou menos frequente que a venosa, apresentando, porém, uma capacidade letal um pouco maior, o aumento de risco com o uso de contraceptivos hormonais foi de 2 vezes em comparação com não-usuárias e se mostrava ainda maior em mulheres com problemas cardíacos intrínsecos. Os riscos de AVC e infarto do miocárdio aumentaram duas a três vezes em usuárias dos contraceptivos hormonais, este aumento estava relacionado de forma proporcional à dose de estrogênio na formulação. Um terço das pacientes apresentou estase ou úlceras venosas depois do uso contínuo por 20 anos. O câncer cervical e o câncer de mama mostraram um pequeno aumento de 1,2 a 1,6 vezes, sendo que o câncer de mama se mostrou mais prevalente em mulheres jovens, enquanto que o câncer cervical prevaleceu em mulheres com durações de uso maiores. O efeito carcinogênico pode ser sugerido em relação a carcinomas hepatocelulares. Infecções por clamídia no colo uterino se mostraram mais frequentes entre usuárias do que em não-usuárias, além de outros riscos envolvendo problemas menstruais, cistos ovarianos, densidade óssea, doenças da tireóide e artrite reumatóide foram relatados em uma revisão de baixa evidência. Conclusão: Os contraceptivos hormonais são atualmente um dos métodos de prevenção de gravidez mais disseminados entre as mulheres e os estudos acerca desses medicamentos são cada vez mais intensos e frequentes, revelando riscos que muitas vezes são desconhecidos pelas usuárias, entre estes: trombose venosa e arterial, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, câncer cervical e de mama, entre outros. Vale ressaltar que muitos destes problemas apresentam risco considerável apenas para mulheres com fatores de predisposição, sendo então ideal o aconselhamento médico e acompanhamento farmacêutico antes do início do uso de contraceptivos hormonais.