Introdução: A carreira médica é muito procurada atualmente entre jovens e egressos de outros cursos de graduação, assim adentrar no curso de medicina pode representar uma enorme pressão associada à cobrança social e individual de cada um. Ademais, ao entrar no curso constantemente o estudante será submetido a tensões e aprovações que o levem a situações limítrofes. Estas situações podem levar a repercussões na qualidade de vida do indivíduo. Nessa perspectiva, alguns estudos veem sendo realizados envolvendo esse tema. Esclarece-se que neste estudo o conceito de qualidade foi descrito como um estado aceitável de saúde física, emocional, mental e social. Objetivo: Descrever a partir de estudos, convergências sobre a qualidade de vida do estudante de medicina. Método: trata-se de uma revisão bibliográfica realizada através do levantamento de artigos da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), tendo sido consultadas a base de dados LILACS e Scielo. A pesquisa foi realizada no mês de março de 2014, utilizando-se os descritores: Alunos, Medicina, Qualidade de Vida. Os critérios de inclusão dos artigos foram: estar disponíveis na íntegra, idioma em português, publicados entre 2009 e 2014. Foram encontrados 10 artigos, entretanto após leitura do material um destes não estava de acordo com o tema sendo excluído da seleção. As publicações selecionadas foram submetidas à análise e organizados conforme suas congruências, complementaridade e divergência. Resultados: Os estudos apontaram que os estudantes possuem qualidade de vida ruim, decorrente das pressões vivenciadas. Isso pode ser constatado com a rotina dos estudantes que demonstram ciclos alterados de sono, tempo limitado para prática de esportes e lazer, carga excessiva curricular, levando-os a apresentar transtornos mentais comuns, que incluem: déficit de atenção, picos de ansiedade, crises de estresse, assim como queixas somáticas de cefaleia, falta de apetite e fadiga. O perfil de individualidade, perfeccionismo e competitividade dos alunos chega a causar inclusive mal-estar entre os grupos. A presença de sintomas depressivos e ansiosos está associada a uso nocivo de álcool e outras drogas, o que agrava ainda mais o quadro destes indivíduos. Há divergência quanto à evolução dos quadros emocionais durante o internato. Alguns autores acreditam que nesse período os estudantes estão mais inseguros e sofrem com a escolha da especialidade futura, outros demonstram maior amadurecimento e segurança no embate das situações enfrentadas. Dos trabalhos analisados, apenas um foi de encontro com os resultados dos demais, descrevendo a representação social dos acadêmicos demonstrando que 86,75% consideram sua qualidade de vida “boa ou muito boa”. Conclusão: Conforme estudos levantados, os acadêmicos de medicina vivenciam piora da qualidade de vida quando comparados a outros grupos. Esta constatação reflete na saúde física e emocional dos estudantes. Destarte, faz-se necessário que haja a sensibilização dos estudantes para esse fenômeno bem como para a busca de ajuda. Sugere-se que as faculdades de medicina adotem programas de assistência psicológica para estes estudantes. É importante que quem esteja sendo preparado para cuidar de pessoas, esteja antes de tudo saudável e bem consigo mesmo.