INTRODUÇÃO: A ileostomia é um procedimento cirúrgico que visa a eliminação de efluentes por um segmento do intestino delgado, o íleo, e é produzida quando há uma impossibilidade das fezes passarem pelo intestino grosso. Geralmente, as causas adjacentes que resultam na sua realização são doença de Crohn, colite ulcerativa, doença intestinal inflamatória, polipose familiar e diverticulite. Fica localizada no quadrante inferior direito e não há presença de um esfíncter que controle voluntariamente a evacuação, faz-se necessário, então, uma bolsa coletora que armazene o conteúdo intestinal. A presença da ostomia repercute de maneira negativa na qualidade de vida e bem-estar ostomizado, que muitas vezes apresenta dificuldade de aceitar essa nova condição, expressando sentimentos como depressão, revolta e isolamento. Esta nova fase é encarada como uma mutilação, com alteração da sua imagem corporal e falta de controle sobre suas eliminações intestinais. Apesar de frequente na prática profissional, o acervo de materiais e publicações sobre esta temática é escasso no Rio Grande do Norte (RN), não havendo estudos publicados que envolvam o assunto em questão e o perfil de ileostomizados dessa região ainda é desconhecido. OBJETIVO: Descrever o perfil de pacientes ileostomizados, cadastrados na Associação dos Ostomizados do Rio Grande do Norte (AORN). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório retrospectivo, com abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por todos os pacientes ativos com ileostomia, cadastrados na AORN desde sua fundação (1991). A Coleta de dados foi realizada entre os meses de novembro de 2013 e janeiro de 2014, a partir das fichas cadastrais dos pacientes. O projeto da pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o CAAE de número 19866413.3.0000.5537. RESULTADOS: Dentre os 83 pacientes ileostomizados, prevaleceram indivíduos do sexo feminino (51,8%) e brancos (47,0%), as demais cores de pele observadas foram: pardos (44,6%), negros (3,6%), amarelo (1,2%) e ignorado (6,3%). Quanto ao estado civil, observou-se que 43,4% eram casados, 31,3% solteiros, 16,9% viúvos, 1,2% separados, 3,6% outros e 3,6% eram ignorados. Em relação à idade, 54,2% tinham até 59 anos e 45,8% tinham mais de 59 anos. No que se refere à renda familiar, 66,3% recebiam até um salário mínimo (SM), 22,9% recebiam de 2 à 5 SM, 3,6 % recebiam 6 ou mais SM, 2,4% não possuíam renda e 4,8% eram ignorados. A análise da escolaridade mostrou que 31,3% dos pacientes tinham ensino fundamental incompleto, 28,9% ensino médio completo, 14,5% eram analfabetos, 14,5%, tinham fundamental completo, 6% o ensino superior completo, 2,4% tinham ensino médio incompleto e 2,4% ensino superior incompleto. CONCLUSÃO: O conhecimento sobre do perfil dos ileostomizados pode contribuir para a elaboração de planos de cuidados e para o desenvolvimento de ações mais eficazes para essa população. É fundamental que os profissionais de saúde conheçam as características destes pacientes para fornecer suporte bio-psico-social e ajuda-los a adaptar-se a nova condição.