O brinquedo terapêutico proporciona a criança criar o seu próprio mundo, tempo e espaço, pois expressa sua realidade, constrói um mundo que seja significativo e corresponda às necessidades intrínsecas para seu desenvolvimento. O brinquedo terapêutico possui quatro funções básicas: recreação, quando o prazer e a distração constituem o objetivo central da atividade; estimulação, ao favorecer o desenvolvimento sensório-motor, intelectual, social e a criatividade de forma natural; socialização, ao permitir que a criança vivencie papéis sociais e aprenda a se relacionar com os demais; catarse, quando possibilita a criança dramatizar papéis e a conflitos que está enfrentando, com o objetivo de aliviar a tensão emocional. A Lei nº 11.104 de 21/03/2005 dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação de brinquedotecas em todas as unidades de saúde, públicas ou privadas, que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação, com o intuito de preservar o direito de brincar mesmo quando a criança está no hospital. O recurso lúdico, nesse contexto, não representa apenas um incentivo à diversão e ao entretenimento, mas uma alternativa educacional, que favorece o desenvolvimento social, emocional, intelectual e terapêutica, quando auxilia a diminuir o estresse, o medo e a ansiedade. Na assistência a criança a comunicação é fundamental entre ela e o profissional, favorecendo maior aceitação de situações que às vezes, amedrontam tais como a realização de procedimentos invasivos e exame físico. Vale ressalvar que, de forma geral, a pessoa com quem a criança brinca é a mesma a quem ela recorre quando se sente assustada e necessita de ajuda, estabelecendo um vínculo de confiança importante durante a assistência com o profissional de enfermagem. Portanto, além de terapêutico o brinquedo é uma forma de humanizar a assistência, mostrando uma linguagem compreensível ao mundo dos pequenos, na qual ao brincar com elementos semelhantes aos encontrados nos procedimentos farão entender a necessidade dos procedimentos no tratamento e recuperação. Neste contexto, o estudo objetivou a importância do brinquedo terapêutico na relação e assistência do enfermeiro com a criança hospitalizada. Trata-se de uma revisão de literatura realizada através da biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO), por meio dos seguintes descritores em Ciência da Saúde (DeCS): “brinquedos, assistência ambulatorial, enfermagem pediátrica”. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos da biblioteca virtual Scielo, artigos escritos em língua portuguesa e publicados nos últimos cinco anos - a partir destes foram selecionados 10 artigos sobre a temática. Dentre os artigos analisados, observou-se que a maioria (70%) comprovou que o brinquedo terapêutico contribui para que a criança continue se desenvolvendo integralmente, apesar do adoecimento. No entanto, os benefícios terapêuticos do brincar para a criança doente, ainda são bastante desvalorizados em nosso meio, ao invés de utilizá-los como coadjuvantes no tratamento, usa-os como atividade dispensável. Portanto, os profissionais de saúde que cuidam de crianças necessitam compreender o humano que há naquele ser, pois é compreendendo o humano que a equipe de saúde despertará para além da competência profissional, a sensibilidade e acolhimento com os pequenos.