Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa e causa importante de morbimortalidade de crianças no país. A dificuldade de expectoração e o reduzido número de bacilos nas lesões fazem com que não seja possível detecção da doença por meio do exame bacteriológico, o que dificulta consideravelmente a precisão diagnóstica da TB na infância. Com isso, o Ministério da Saúde Brasileiro orienta a utilização do sistema de pontos/escore para o diagnóstico nesse público, o qual considera aspectos clínicos, critérios radiológicos, contato com adulto doente, teste tuberculínico (TT) e estado nutricional da criança. Objetivo: Conhecer o sistema de escore brasileiro utilizado no diagnóstico da tuberculose pulmonar em crianças, identificando suas limitações e potencialidades. Metodologia: Revisão sistematizada da literatura, de caráter exploratório e abordagem qualitativa. Foram realizadas buscas no período de agosto a setembro de 2013, por artigos publicados de 2003 a 2013, nas bases de dados da Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e da Scientific Electronic Library Online (SciELO), utilizando como descritores: tuberculose, diagnóstico, criança, pré-escolar e lactente. Sendo incluídos na análise apenas os artigos originais de acesso livre e que abordassem aspectos do diagnóstico da tuberculose pulmonar em crianças pelo sistema de escore. Resultados: Foram localizados 41.863 títulos, após estabelecimento dos limites, a busca identificou 518 produções, e após a leitura dos títulos e resumos, foram pré-selecionados 52 estudos. Desses, 09 estavam em duplicata, 13 apresentavam metodologias não convencionais, 06 eram de acesso limitado e 16 não atendiam aos objetivos propostos pelo estudo, restando 08 produções para análise definitiva. Os artigos selecionados retratam o sistema de pontuação brasileiro, baseado na associação de múltiplos fatores, como adequado para a realidade do país, recomendando-o como a primeira escolha na elucidação diagnóstica da TB infantil, por sua fácil operacionalização, baixo custo, empregabilidade adequada na atenção básica, alta sensibilidade para escores ≥ 30 e eficácia no diagnóstico da doença em crianças infectadas pelo HIV. No entanto, esse sistema assume algumas limitações, como: a interpretação do TT pode ser prejudicada devido à revacinação com BCG; necessidade de primazia na fundamentação clínica; não considera as realidades diversas, onde podem existir dificuldades operacionais para o acesso às informações que compõem o sistema. Conclusão: Apesar da multiplicidade de métodos existentes no Brasil e no mundo, o sistema de pontuação é considerado como o melhor e o mais indicado no país, no entanto, as lacunas existentes em sua operacionalização, favorecem a consideração desse diagnóstico como um ponto de constante discussão e difícil conclusão.