De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a qualidade de vida se refere à percepção do indivíduo quanto a sua posição na vida, na cultura e no sistema de valores nos quais ele se insere. Tal aspecto diz respeito à satisfação com a vida nos mais diversos aspectos que integram o âmbito social, afetivo, profissional e de saúde. Para que seja possível determinar quão saudável está um indivíduo torna-se necessário criar formas para mensurar a qualidade de vida. Desta forma o presente estudo busca através de uma escala confiável avaliar a percepção da qualidade de vida de estudantes universitários. Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva exploratória com abordagem quantitativa, utilizando como instrumentos um questionário sócio demográfico e o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-bref). Os dados foram colhidos entre 64 alunos distribuídos nos cursos de graduação em período integral de Educação Física (35,9%) e Farmácia (64,1%) matriculados no primeiro e segundo período dos Centros de Ciências da Saúde (CCS) do Campus I da Universidade Federal da Paraíba. Dos pesquisados 63,5% do curso de farmácia são do sexo feminino e 74% de educação física são do sexo masculino, havendo um predomínio 37,5% com idade entre 17 a 18 anos. Destes 92,2% da amostra definiram-se com o estado civil de solteiro, 51,6% mora com os pais, 64,1% são imigrantes na cidade de João Pessoa. Levantou-se que 21,9% dos participantes realizam algum trabalho remunerado. A percepção da qualidade de vida demonstrou que os escores mais baixos de avaliação estavam relacionados ao Domínio Ambiental (M=2,11; p=0,02; p<0.05). O Domínio Psicológico obteve a maior média (M=3,84). O Domínio Ambiental se refere aos aspectos de segurança física e proteção, ambiente no lar, recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais, participação em oportunidades de lazer, ambiente físico e transporte. Dos pesquisados que afirmaram terem poucas oportunidades de lazer, 72,2% são estudantes imigrantes. Os resultados mostraram que os participantes se encontram vulneráveis a este Domínio da qualidade de vida. Estes dados podem estar relacionados ao fato dos cursos terem aulas em período integral impossibilitando maiores oportunidades de lazer aos estudantes. Uma parcela significante dos pesquisados são imigrantes e tal fato pode explicar esse declínio sobre o Domínio Ambiental já que esses estudantes passam por processos de adaptação ao novo meio e a vida acadêmica. Há também uma porcentagem daqueles que simultaneamente trabalham e estudam implicando na diminuição da média do Domínio Ambiental. Este estudo permitiu conhecer a percepção da qualidade de vida do grupo pesquisado. Porém sugerem-se novos estudos com amostras mais amplas com intuito de alcançar um conhecimento mais abrangente sobre a qualidade de vida de estudantes universitários dos cursos de saúde.