Introdução: O processo de trabalho em saúde constitui-se uma prática onde a subjetividade permeia todos os processos e ações. A busca por conhecimento, a adoção de diferentes estratégias apresentam-se como possibilidade de atender às necessidades e demandas do cotidiano do trabalho em saúde. Este refere-se a um mundo próprio, complexo diverso, criativo e dinâmico, em que cotidianamente usuários se apresentam portadores de algum problema de saúde e buscam, juntos aos trabalhadores que ali estão resolvê-lo. O momento do trabalho é ao mesmo tempo de encontro entre o trabalhador e o usuário, já que a forma como o trabalho é desenvolvido, dita a evolução ou involução do trabalho exercido pelo enfermeiro. Objetivo: analisar o conhecimento dos enfermeiros sobre o processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família, bem como, averiguar na assistência prestada pelo enfermeiro a relação de trabalho com o usuário/paciente. Metodologia: atentamos para a realização de um estudo descritivo exploratório, de abordagem qualitativa. O cenário da realização da pesquisa foram 11 unidades básicas de saúde da família, localizadas, na zona urbana, do município de Cajazeiras – PB. A coleta dos dados aconteceu em setembro e outubro de 2012, a partir de um questionário semiestruturado, aplicado para onze enfermeiros da ESF, e para sua análise utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo de Lefèvre, Lefèvre (2005), que aborda a subjetividade. Sempre embasados na resolução nº 196/96. Resultados: mostrou que todos os enfermeiros participantes não possuem o curso introdutório de Capacitação do Programa Saúde da Família, conhecimento essencial para desenvolver seu processo de trabalho com sucesso. No entanto, vimos nos discursos que uma gama de profissionais desempenha seu processo de trabalho de forma sistematizada, planejando e organizando os serviços oferecidos e estabelecidos pela ESF. Verificou-se também que os mesmos são conhecedores dos programas preconizados pela Estratégia Saúde da Família, mas a forma como desempenham seu processo de trabalho é que empobrece a assistência. É percebido que a relação entre o usuário e o profissional de saúde é primordial para a assistência à saúde e a forma como o trabalho é desenvolvido é que dita a positividade ou negatividade deste trabalho e acima de tudo determina a assistência qualificada ou deficitária, o que acaba gerando automaticamente a satisfação ou insatisfação do usuário. Conclusão: Sabemos que se não alterarmos o modo como os trabalhadores de saúde se relacionam com o seu principal objeto de trabalho - a vida e o sofrimento dos indivíduos e da coletividade, representado como doença - não basta. Não basta apenas corrigirmos procedimentos organizacionais, operacionais ou sistêmicos das instituições de saúde. Temos como desafios efetivos despertar a busca de um outro modo de operar o trabalho em saúde e de construir a relação do trabalhador com os usuários da Estratégia Saúde da Família, edificando um vinculo forte e uma relação mais solidária entre os trabalhadores e os usuários, e os próprios trabalhadores do ponto de vista do seu desempenho assistencial, e da construção de um trabalhador coletivo na área da saúde.