A baixa qualidade de vida de população em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento é uma das condições responsáveis pelo aumento de casos de doenças de vinculação hídrica, dentre elas a diarréia, já que esta doença tem como meio de transmissão mais comum a água contaminada, não tratada e a baixa disponibilidade deste recurso. Esta pesquisa teve como objetivo identificar padrões espaciais de distribuição da doença diarreica em crianças de zero a quatro anos de idade, no Estado de Tocantins, segundo o percentual de cobertura de saneamento básico e de coleta de lixo. Este trabalho faz parte da dissertação de mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade de Taubaté – UNITAU. Neste estudo ecológico e exploratório, foram empregadas ferramentas de geoprocessamento na elaboração de mapas temáticos com valores de Moran global, Moran local – Lisa e MoranMap construídos pelo software TerraView 4.0, utilizando-se os dados obtidos no SIHSUS, Sinan-Net e IBGE. Foram tabulados 1.422 casos de internação hospitalar por diarreia, em crianças de zero a quatro anos de idade, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2011. O maior número de internações encontrado foram 884 casos e 07 óbitos, mais evidenciados na faixa etária de zero a um ano de idade. Com relação à distribuição de internação por diarreia por 100 mil habitantes, os quatro municípios com maiores taxas foram: Dueré, Colméia, Lagoa da Confusão e Nazaré. Em relação à estatística espacial, o índice de Moran Global foi de 0,03 e o p-valor de 0,14, sem significância estatística. Em relação ao MoranMap, LisaMap, coleta de lixo e saneamento básico também não ouve significância estatística. Com este estudo foi possível identificar padrões espaciais da distribuição da diarreia no Estado do Tocantins, por meio de mapas temáticos, onde se identificou áreas de elevada necessidade de intervenção por parte do poder público e dos responsáveis pela saúde. Conclui-se que a diarreia é multifatorial. No entanto, o geoprocessamento oferece subsídios para a adoção de medidas preventivas e curativas em nível de gestão das políticas públicas de saúde. Também é possível dizer que, boas condições de saneamento básico, coleta de lixo adequada, distribuição de renda e o acesso aos meios de saúde. Bem como, ações no âmbito educacional em saúde podem proporcionar melhores condições de vida e saúde para seus habitantes. Além de prevenir doenças como a diarreia.